♥A hora do parto♥

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Depois de muita espera, um turbilhão de emoções, hormônios a dois mil por hora rs, chegou a tão esperada chegada rs.
Desde quando eu sonho com a maternidade eu temo a hora do parto, não tenho tolerância nenhuma a dor, morria de medo da episiotomia, morria de medo das mudanças internas que aconteceriam com a passagem do bebê e mesmo sabendo que o corpo da mulher esta pronto para esse momento, desde que o mundo é mundo as pessoas nascem assim, eu não consegui.
Minha mãe a minhas irmãs não eram a favor da cesária por causa da recuperação lenta, já que eu teria que cuidar de mim e da bebê praticamente sozinha, mas eram unanimes em dizer que o parto normal exige muita força, garra, era sofrido mas passava, assim que a criança nasce acaba tudo. 


Na primeira consulta de pré-natal, eu cheguei um tanto receosa com relação a esse assunto, fiquei pensando se a Dr Mayka me criticaria por pensar assim, quando contei a ela que tinha preferencia pela cesariana, ela não demonstrou nenhuma reação de objeção, disse que eu teria muito tempo pra me informar e decidir, que ela faria o que eu achasse melhor pra mim e pro meu bebê.
Durante a gravidez eu lia muitooooo sobre tudo, mas quando a leitura era sobre o parto normal, eu achava lindo os relatos das mães corajosas e valentes que tinham seus bebês, em casa sem anestesia, sem médicos, contando apenas com sua própria garra e força, mas ao mesmo tempo eu ficava mais apavorada, com as descrições da dor, da passagem do nenê e etc.
Cheguei a conclusão de que queria mesmo a cesária, fiquei com medo de tentar o normal e na hora não dar conta, de fazer minha filha sofrer.
Passadas as 38 semanas, chegou o dia 17 de Janeiro de 2011, o parto estava marcado para as 8:30 na manhã, a Dr Mayka me entregou a solicitação de internação e me pediu pra dar entrada no hospital por volta das 6:30 pra dar tempo de me instalar no quarto fazer e a preparação.
Um dia antes já estava tudo pronto, minha mãe, minha irmã Gi e minha sogra iam comigo pra maternidade e esperar a Manú nascer, o Joander ia ficar comigo na sala de parto.
Acabei chegando um pouco mais tarde, e tive que ir direto pro centro cirúrgico, minha sogra levou as malas pro quarto, eu troquei de roupa na sala de pré-parto e fomos aguardar minha médica, ficamos esperando em uma salinha com sofá e TV, eu estava muito ansiosa e fiquei mudando os canais da televisão, nessa hora chegou a anestesista, conversamos sobre a Peridural e a Raqui, ela me fez algumas perguntas, eu tirei varias duvidas com ela, tinha medo de ficar com dor de cabeça como na cirurgia anterior, ela me explicou que tudo é uma questão de técnica, a agulha era muito fina e dificilmente eu sentiria alguma coisa depois que a anestesia acabasse, tomaria também uma dose de morfina, pois a cesariana poderia doer um pouco (!?!), ficaria com sonda e só levantaria após 12 horas e com auxilio de uma enfermeira, pra tomar um banho e tentar caminhar.
Tudo pronto e esclarecido, o Joander já tinha trocado de roupa mas eu ia sozinha pra sala, ele só entraria quando começasse o parto.
Eu me sentia muito a vontade, minha médica, que sabia tudo sobre eu e a Manú, estava lá super sorridente, conversando comigo, a hora da anestesia eu estava muito nervosa por causa do meu medo de injeção, mas confesso que nem senti, assim que terminou a aplicação eu deitei e em segundos não sentia mais as pernas, a anestesista me pediu pra mexer os pés, mas eu já não conseguia, a sensação é um tanto estranha, mas até então tudo tranquilo, quando olhei pra traz vi o meu marido já com a câmera na mão gravando, eu senti um cheiro de carne queimando e sem pensar eu falei:
- Que cheiro de carme queimando é esse?
- É a sua amor..
- (!?!)
Os médicos deram uma risadinha, ai eu me lembrei que o corte seria feito com o bisturi elétrico, que queima as camadas de pele pra não ter sangramento.
Foi tudo muitoooo rápido, em questão de 5 minutos eu ouvi o barulho do sugador de água, ai começaram as narrações, nessa hora me senti um pouco impotente, estava com as mãos amarradas na maca e fiquei ouvindo as pessoas falarem sobre a minha filha. 
A Dr Mayka começou a aspirar a água da minha bolsa e os cabelinhos da Manú escorreram, nessa hora ela falou, olha ela é cabeludinha, já tem uma franjinha saindo aqui!!!
Eu ri e falei, que legal eu queria tanto que ela fosse cabeludinha!!!
Entrou um pediatra na sala me cumprimentou se apresentou e disse que ia cuidar da nenê.
O Joander estava na frente da maca gravando, eram 9:50 e assim que a bebê saiu eu ouvi a Dr dizendo, - oi gostosa, que linda...Ela tem furinho no queixo rsrs!!!
Eu ri dinovo, eu já tinha visto o furinho pela ultrassom, o Joander não acreditou em mim, e nessa hora ele falou, caramba amor você viu mesmo!!!
Eu ouvi ela chorando forte, queria que me mostrassem ela, todos na sala já tinham visto menos eu, de repente eu olhei pro lado e lá estava ela, tão pequena, sujinha, chorando, na hora que eu falei com ela, "- Seja bem vinda filha", não sabia bem o que dizer, tinha pensado em mil coisas, achei que ia chorar, mas nem consegui, era muita alegria, eu pedi pra soltarem a minha mão, queria tocar nela, não me deixaram, uma enfermeira me disse que eles iam examina-la e já voltariam.
O Joander foi junto, depois dos exames iniciais ele levou ela pras vovós verem pelo vidro, e eu fiquei ali deitada esperando, a Dr começou a falar do cordão umbilical, disse que tinha um nó, eu perguntei se isso era bom ou ruim, ela me respondeu que era ruim, se a nenê tivesse se esticado um pouco o nó apertaria e ela ficaria sem oxigênio, graças a Deus mais uma vez ela mostrou seu amor por nós e nada de ruim aconteceu!! 
Alguns minutos depois, trouxeram ela pra mim, a enfermeira colocou o rostinho dela sobre o meu, senti que ela estava bem quentinha, sei lá porque mas eu via outros videos e não imaginava que os bebês nasciam tão quentes, pedi pra me soltarem eu queria tocar nela, queria ver seu rostinho, mas parecia que ninguém me ouvia, falei umas três vezes até alguém soltar meu braço. 
Meu marido pegou ela no colo e ficamos ali, felizes, sorridentes, ela não chorava mais, estava calminha, tiramos algumas fotos e tornaram a levar ela.
Levaram ela pro berçário, ia ficar em adaptação no bercinho quente por um tempo, depois o papai ia dar banho.
Uns trinta minutos depois que ela nasceu, a minha médica terminou minha cirurgia, me deu os parabéns e disse que viria me ver no dia seguinte.
As enfermeiras terminaram de me arrumar e me levaram pro meu quarto, lá fiquei com a minha mãe, minha sogra e a Gi por um tempo, o Joander estava com a Manú no berçário, eu estava louca pra vela outra vez, queria que trouxessem ela pra mamar, fiquei pedindo pra Gi ligar no berçário a cada 5 minutos e perguntar se demoraria.
Mais ou menos uma hora e meia depois ela chegou, toda arrumadinha, embrulhadinha nas mantinhas e dormindo, parecia um anjinho.
Uma enfermeira veio me dar algumas orientações sobre amamentação, nem precisava, eu tinha um bico bem formado e bastante colostro, meu leite desceu bem rápido por causa do TPP as 33 semanas e das contrações.
Ela veio pros meus braços, em fim estava com minha benção no colo, tirei o seio e a ofereci, rapidamente ela estava sugando, com força, mamou bastante e voltou a dormir.
Eu ainda estava anestesiada, então aproveitei pra tentar descansar um pouco, estava tão eufórica que foi difícil cochilar, mais tarde a Zan veio me ver, conversamos um pouco, mas logo ela foi embora.
Tomei café da tarde, fiquei conversando com meu marido um tempo, entrava e saia gente no quarto toda hora e assim o dia passou, umas 21:00 veio uma enfermeira pra remover a sonda o que me deu um desconforto horrível, fez uma limpeza, me orientou dizendo que eu sentiria dificuldade pra fazer xixi, disse que dali uma hora voltaria pra me ajudar no banho, até o momento eu não tinha sentido nenhuma dor, mas aí começaria o meu drama.

O pós-parto!

Quando ela voltou pra me ajudar, eu achei que ela ia me orientar sobre a limpeza do corte ou algo do tipo, ela foi  me falando como levantar da cama, me pediu pra ir com muita calma, pois eu poderia sentir tontura, eu fui seguindo, primeiro virei uma perna, depois a outra, quando comecei a levantar o corpo pra me sentar na cama, começou a dor, esperei uns segundos e tentei ficar de pé, mas como foi difícil... a dor era muito forte, queimava, ardia, eu não conseguia ficar ereta, estava curvada tentando segurar a barriga que também estava enorme, parecia que eu estava com uns 6 meses de gravidez ainda, não dava pra andar, a enfermeira disse que era assim mesmo, ela segurava meu braço e eu fui arrastando os pés até o banheiro, não consegui tirar minha roupa, a enfermeira fez tudo, praticamente me deu banho, depois me secou e colocou a minha roupa, eu não conseguia me abaixar, só pensava em voltar pra cama. Estava assustada o Joander ficava me olhando com uma cara de dó, acho que também estava assustado.
Eu ainda tinha que andar um pouco no corredor, a médica disse que evitaria os gases que são comuns nessa cirurgia, e poderiam me causar mais dor ainda. 
O Joander me segurou e me ajudou a dar uma volta no corredor, voltamos e eu me deitei, fiquei com medo de levantar de novo, mas como estava tomando muita água, senti vontade de fazer xixi, outro sofrimento, custei a levantar, e quando cheguei ao banheiro eu simplesmente não conseguia, fiquei um tempo lá sentada até sentir o xixi saindo em gotinhas, que horrível.
Durante os três dias de intermação sentia dor, mas já conseguia tomar banho e andar sozinha.
Recebemos muitas visitas, das nossas famílias, amigos, colegas de trabalho, da Dr Mayka.
Fizemos o registro de nascimento na Maternidade mesmo, já saímos com a certidão em mãos, a Manú fez o teste do pezinho, da orelhinha, fez exames de sangue e estava tudo perfeito, porém no dia da alta, eu estava arrumando as malas quando o Pediatra veio dizer que pelo fato da nenê estar um pouco amarelinha ele solicitou um exame para verificar os níveis de ictericia, se estivesse elevado ela teria que ficar para fototerapia, assim que ele saiu do quarto eu liguei pro Joander aos prantos, ele tinha ido buscar o carro no estacionamento próximo, ele me pediu calma, disse que Deus estava cuidando da nossa filha e ela iria pra casa conosco, nessa hora eu senti paz, desliguei o telefone e fiz uma oração, pedi calma e serenidade a Deus, eu já sabia que ele estava cuidando dela.
Uns minutos depois o resultado chegou, os níveis estavão dentro da normalidade e gente podia ir pra casa tranquilo que o pediatra dela nos daria mais detalhes sobre os cuidados em casa.
A volta pro nosso lar foi tranquila, apesar do Joander ter vindo a 20km por hora por causa da dor que eu sentia cada vez que ele passava em uma elevação na rua, hoje já considero a possibilidade do próximo filho ser de parto normal!!

Resumo:

Princesa Manuela
Nascida em 17/01/2011
Hora: 9:50
Peso: 3,165gr
Altura: 48cm
Apgar: 9/10

Farei outros post's contando os primeiros dias em casa!!!

Bjus, Mãe da Manú!!

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