Pois é, sexta-feira, mais uma semana chegando ao fim....e...dia de faxina, (maridex de férias, cuidou da bebê o dia "quase" todo rs), e eu fiquei a limpar a casa e viajar em pensamentos (como sempre), lembrando da minha infância, de como eu achava chato ajudar na limpeza da casa, coisa de criança né!?
Pensamento vai...pensamento vem...fui lembrando de tudo que eu já passei, infância difícil, família grande, muitos irmãos, pais separados, a gente acabava por fazer de tudo um pouco, umas cuidando das outras, mutirão pra limpar a casa...
Minha mãe, muito guerreira, trabalhava tanto e pra nos dar o necessário, a gente comia o que tinha, vestia o que dava e sem reclamar, levava umas "pisas" de vez em quando, isso tudo me ensinou a respeitar muito o sacrifício e a dedicação dela, até hoje a chamo de Senhora, peço benção, me lembro com carinho de quando ela nos ensinava a orar antes de dormir, uma oração curtinha, mas que nunca saiu das minhas lembranças, "Com Deus eu me deito, e com ele me levanto, pela graça de Deus e do Espirito Santo", pedia benção e ia dormir, ela não tinha muito tempo pra conversas do tipo de mãe pra filha, falar de coisas que hoje em dia uma criança de 5 anos lê na internet e ainda assim eu aprendi muito com ela.
Apesar de tudo que passei, eu fui feliz, nessa época a gente brincava na rua de pé no chão, pulava corda, subia em árvore, comia pitanga com bicho (éca) roubada em um pézinho no fundo da casa de uma vizinha rs, chupava limão com sal, fazia fogueira pra assar babata, tirava abacate e banana no pé dentro do nosso quintal, comia azedinha (uma plantinha que parece um trevo, só que com três folhas) época boa.
Agora é tudo tão diferente, tudo tão paranóico, criança não pode comer doce, não pode brincar na rua, não pode ajudar em casa, chama pai e mãe de "você", pedir a benção então...
Sem contar que agente cai nessas doideiras né? quando a Manú nasceu eu pirei, passava álcool em tudo, esterilizava tudo, nada podia, chegava gente em casa pra ver a bebê novinha, eu tinha vontade de esconder ela, sair correndo, sumir rs, (doida), morrendo de medo de alguém passar qualquer coisa que pra ela, pirei também sobre alimentação, jurei que ela não comeria nenhuma babagem, nada de açúcar até dois anos no mínimo, inocente eu...andei lendo uns blogs muito legais que me fizeram lembrar que eu fui criança e passei por tudo isso, minha mãe nunca teve frescuras e eu to vivona da Silva.
Agora to melhorando com essas minhas nóias, ela tem todo direito aos sabores da infância, cabe a mim como mãe estar por perto caso ela precise, eu faço minha parte, desde que ela nasceu, sempre que o papai chega do trabalho ou a vovó vem visitar eu estendo a mãozinha dela e digo, pede a benção filha, eu oro com ela antes de dar a papinha, antes de colocar pra dormir, e assim ela vai aprender, e eu também vou rs, vou ver ela crescer e tudo que eu quero é que ela seja feliz, que tenha lembranças doces da infância, que saiba respeitar ao próximo, que tenha valores que o dinheiro não pode comprar...eu vou estar sempre aqui!!!
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